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Resenha: O Inimigo do Mundo - Leonel Caldela (Jambô)

em terça-feira, 9 de junho de 2020

Dever, honra e vingança.

O Inimigo do Mundo, o primeiro livro de Leonel Caldela, chegou em sua 4ª Edição pela Jambô Editora em 2019.  Armas, escudo, espadas, magia e fé são essenciais para um grupo de guerreiros em uma perseguição mortal em busca de vingança.  E qual seria o papel dos deuses nessa batalha?!

Um rastro de crimes brutais aterroriza Arton, continente de Tormenta, o maior e mais famoso jogo de RPG brasileiro.  O livro, publicado originalmente em 2004, foi o primeiro a explorar o cenário e está agora em sua 4ª edição com nova capa e revisão atualizada.  A trama nos mostra, entre muitas aventuras e lutas, a origem da Tempestade Rubra, a Tormenta que dá nome ao jogo.

A guerra está para começar.


Um assassino cruel e sangrento, O Inimigo do Mundo, aparentemente imbatível, espalha terror por vários reinos do continente matando vítimas inocentes.  A jovem Irynna, filha de um próspero comerciante, abalada pelo trauma de ter toda a família dizimada, resolve investir todo seu dinheiro contratando um grupo de guerreiros para perseguir o criminoso e lhe garantir a vingança.

Assim como nossos heróis, também seguimos a trilha de sangue deixada pelo Albino, como se torna conhecido o grande vilão dessa aventura.  Sua pele era branca como a cal, os cabelos curtos quase da mesma cor, e os olhos de um profundo vermelho. À medida que percorremos os diversos reinos de Arton nessa perseguição, vamos também conhecendo muitos cantos do continente, além de encontrar personagens importantes que ajudam a contar essa história.  Isso faz com que a trama seja interessante tanto para quem já conhece Tormenta, como para os novatos.

A magia não é uma ferramenta.


O grupo de guerreiros parecia sempre estar a um passo do Albino.  Cada um tinha suas características, e muitos elementos internos são explorados nessa busca, como romance, inveja, e muitos outros conflitos.  Vallen Allond, com seus cabelos louros e rebeldes, era o líder do grupo; Ellisa Thorn, sua namorada, era uma exímia arqueira e dificilmente errava uma flecha;  Rufus Domat era um mago, mas tinha suas frustrações; Andilla Dente-de-Ferro com seu machado sangrento era implacável em seus ataques; Ashlen Ironsmith, um jovem rapaz bom de lábia que sempre encontrava uma saída; Artorius era um sábio e bravo minotauro; e Gregor Vahn, paladino de Thyatis, deus da ressurreição.  Meus personagens favoritos são Nichaela, a meio-elfa clérica de Lena, a deusa da vida; e o tamuraniano Mosato Kodai, um Executor Imperial que se une ao grupo.  Cada um carregava seu passado e seus segredos, e a distância entre eles diminuia conforme iam se aproximando.

Haverá batalhas (...)


O livro é dividido em duas partes:  Perseguição e Ruína.  Na primeira parte encontramos o possível desfecho da trama principal, mas o que nós leitores não esperávamos era que muitas coisas além disso estavam prestes a acontecer.  O autor nos surpreende com as consequências dos atos de nossos heróis, conhecidos então como o Esquadrão do Inferno.  Desde o início Leonel Caldela nos mostra os movimentos que havia entre os Deuses do Panteão, algo muito mais complexo do que qualquer criatura de Arton poderia prever.  Podemos considerar esses capítulos ao longo do livro como textos extras, já que não seguem a numeração padrão, embora interfiram drasticamente no contexto.

Em todas as guerras há vítimas inocentes.


As personagens são bem construídas, fazendo com que o leitor rapidamente se identifique ou despreze algumas delas.  Outro ponto positivo é que ninguém parece ser exatamente perfeito, trazendo características boas ou ruins, dependendo do ponto de vista do leitor. O cenário se faz autêntico, dando uma dimensão real da grandeza de Arton e da diversidade de criaturas que nele habitam, como os goblinoides, que enfrentam o grupo em uma batalha.  Muitas lutas e sangue derramado trazem ação da primeira à última página, trazendo ritmo à leitura.   Algumas poucas ilustrações enriquecem a obra, e um mapa é útil para acompanhar cada passo dessa aventura.

A guerra já começou.


Com 512 páginas, folhas amareladas, fonte mediana (mas confortáveis), O Inimigo do Mundo é o primeiro volume da Trilogia Tormenta, que também tem os títulos O crânio e o corvo e O Terceiro Deus.   Mesmo tendo sido a estreia de Leonel Caldela no universo literário, e contendo em alguns momentos excessos ou ausências de elementos, o livro cumpre o que promete e se torna leitura obrigatória para todos os leitores que curtem fantasia medieval.  Obviamente há um amadurecimento do autor entre esse primeiro livro e A Flecha de Fogo (já resenhado aqui no blog), publicado em 2018.  Já estou ansioso para fazer a leitura do volume 2, e, confesso, sofrendo pelos heróis que por ventura ficaram para trás.

Tenham uma ótima leitura!

Ainda assim, há aqueles que querem ser heróis.



4ª Edição (2019)
Páginas:  512
Formato:  15,5 x 23cm brochura
ISBN:  978858913493-4




 Onde Comprar:


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Sobre o Autor:

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Leonel Caldela sempre quis escrever.  Começou sua carreira com O inimigo do Mundo, um romance no cenário de Tormenta, seguido por O Crânio e o Corvo e O Terceiro Deus.  Depois escreveu O Caçador de Apóstolos e Deus Máquina, que lhe valeram a alcunha de "o Bernard Cornwell brasileiro".  Em 2013, lançou O Código Élfico, um livro de aventura e terror moderno que apresenta elfos como cultistas de uma deusa profana e rendeu pesadelos aos editores.  Em 2018 publicou A Flecha de Fogo, que desvendou um mistério que surgiu há mais de 20 anos no universo Tormenta.
Em 2014, começou uma parceria com o site Jovem Nerd, com a série  A Lenda de Ruff Ghanor e o romance Ozob:  Protocolo Molotov.  A partir de 2016, tornou-se o mestre dos Nerdcasts de RPG, narrando histórias de terror para o grupo mais insano dos podcasts do Brasil.  Leonel mora em Porto Alegre com sua esposa e um esquadrão de gatos ninjas.

Tormenta é o maior universo de fantasia do Brasil, com quase 20 anos no mercado e uma centena de títulos publicados, entre romances, histórias em quadrinhos e livros de RPG.

  * Livro recebido mediante parceria com a Editora Jambô.

7 comentários:

  1. Adoro livros de fantasia medieval, amo livros com bastante lutas e batalhas e gosto ainda mais quando o autor coloca características que se tornam negativas em um personagem, pois isso acaba faz com que os personagens sejam mais reais. Textos que são adicionado nos livros que conversam com a história e sem ser "parte" do livro é uma pegada tão legal (amo quando um livro que apresenta esses textos sem que eu espere e lá no final ele faz todo sentido). Gostei bastante da sua resenha e com toda certeza vou querer ler esse livro e vou voltar aqui para te dizer o que achei.

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  2. Eu gosto de livros no universo dos cavaleiros,espadas,magia porque é rico em aventuras e geralmente só largo o livro quando termino,fico presa tentando desvendar os mistérios e ler sobre as batalhas,quando é assim nem a quantidade de páginas me assusta.bjus.

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  3. Histórias onde tem magia já tenho vontade de ler, tenho uma predileção para esse tipo de assunto ... e se tiver cavalheiros, armaduras, donzelas em perigo ou que sejam guerreiras rsrs adoro! Ótima resenha1

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  4. Olá Evandro!

    Que triologia super interessante da vontade de ler todos os livros. Amo historia medieval de Deuses, como já fiz faculdade de Historia e amo ler muito eu estava lendo sua resenha e imaginando os personagens com armas, escudo e a magia, pensei no dorama a noiva do Deus da Agua, que amei de paixão e que é mais ou menos como esse livro... Adorei sua resenha, como sempre foi showwww! Bjs e sucesso!

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  5. Querido muito interessante, me deu vontade de ler, gosto de historia onde tem magia, este livo é uma leitura que nos deixa presa para ver o fim do livro, parabéns pela resenha como sempre, arrasando, obrigada, beijinhossssss

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  6. Faz um tempo que eu estava buscando uma nova leitura do gênero e essa trilogia apareceu na hora certa! Essa trilogia parece ser bastante detalhada e não deixar passar nada despercebido. Gostei bastante do trabalho desenvolvido para a capa também, já irei anotar o nome para ler assim que possível.

    Abraços!

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  7. Olá,

    Ainda não conhecia a obra, mas já fiquei bem animada com tudo que você apresentou. Amo um enredo que tem bons personagens e onde não existe essa questão de que todos são completamente certos, acho que isso torna tudo mais verossímel, de certa forma. Fiquei bem animada com tudo que narrou e espero ter a oportunidade de ler em breve!

    Beijos!

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